Por Wagner Souza-Lima
Rochas são agregados naturais de minerais – substâncias químicas sólidas existentes na natureza, como o quartzo (SiO2), os feldspatos (p. ex., KAlSi3O8) e as micas (p. ex., KAl2(Si3Al)O10(OH,F)2) – veja exemplos na Figura 1.
No teste acima, todas as opções estão corretas. Esses minerais combinam-se aos demais, seja como partículas isoladas (grãos), ou por modificações físico-químicas, envolvendo, principalmente, pressão e temperatura, ou por cristalização a partir de material fundido. Ou seja, a composição mineral de rochas bem diferentes pode ser igual – o que vai variar é a forma como esses minerais foram adicionados à receita! Vê-se, então, que nem todas as rochas são iguais – sua composição varia de acordo com os minerais com que são formadas e como são formadas (Figura 2). Existem três tipos de rochas: SEDIMENTARES, ÍGNEAS e METAMÓRFICAS.
As ROCHAS SEDIMENTARES são formadas pelo acúmulo de partículas oriundas da desagregação de outras rochas e também provenientes de restos de organismos. Estas partículas, denominadas de sedimentos, são transportadas por ação da gravidade, pelo ar e, principalmente, pela água, ou mesmo pelo gelo, acumulando-se em áreas mais baixas denominadas de BACIAS SEDIMENTARES (Figura 3). Nestas bacias, os sedimentos acumulam-se formando camadas, umas sobre as outras, que, com o passar do tempo, sob ação de processos químicos e pelo próprio peso das camadas acima, endurecem, tornando-se rochas – estes processos são conhecidos como COMPACTAÇÃO e LITIFICAÇÃO. São exemplos de rochas sedimentares os ARENITOS, FOLHELHOS, CONGLOMERADOS e CARBONATOS. Dentro de cada um desses tipos, há uma grande diversidade! Arenitos feldspáticos, folhelhos micáceos, carbonatos bioclásticos, p. ex.
As ROCHAS METAMÓRFICAS são formadas pela transformação de rochas pré-existentes submetidas à ação de altas pressões e temperaturas no interior da Terra. Estes efeitos causam a recristalização dos minerais já existentes ou a criação de novos minerais e também a orientação de alguns, e variam de acordo com a pressão e temperatura à qual as rochas são submetidas. Cada conjunto específico de pressão e temperatura define o que se denomina de FÁCIES METAMÓRFICA (Figura 4). A análise dos minerais presentes nas rochas permite determinar a fácies e compreender se as modificações foram sutis ou muito extremas. Embora as condições de temperatura e pressão sejam bastante altas, elas não causam a fusão das rochas, ou elas se tornariam rochas ígneas! Os processos que induzem ao metamorfismo causam a compressão e o dobramento das rochas. Um ambiente bem propício ao metamorfismo é aquele associado ao choque das placas tectônicas (Figura 5). As rochas metamórficas mais comuns são os QUARTZITOS, MÁRMORES, XISTOS, FILITOS e os GNAISSES.
As ROCHAS ÍGNEAS são originadas pela solidificação de magma oriundo da fusão das demais rochas principalmente sob efeito das altas temperaturas do interior da crosta ou manto (Figura 6). Quando elas se solidificam no interior da Terra, são denominadas INTRUSIVAS. Caso atinjam a superfície, como as lavas, são ditas EXTRUSIVAS. As rochas intrusivas normalmente possuem muito tempo para sua cristalização no interior da Terra, de modo que os cristais individuais de cada mineral podem crescer vagarosamente, podendo atingir tamanhos consideráveis. Já o processo de extrusão ígneo faz com que o material, ainda muito quente e fundido, seja exposto às temperaturas baixas da atmosfera ou dos corpos aquosos, de modo que ele resfria abruptamente. Isto impossibilita a formação de cristais grandes e, muitas vezes, nem mesmo quaisquer cristais se formam, restando apenas vidro vulcânico. O eventual aprisionamento de bolhas de gás no interior do material em resfriamento pode originar uma textura dita vesicular.
As rochas ígneas são classificadas de acordo com sua composição mineral, química, ou mesmo em relação ao tipo de magma que lhes deu origem. A classificação mais simples as separa em rochas félsicas e máficas. As félsicas apresentam alto teor de sílica, com predominância de quartzo e feldspatos, sendo normalmente de coloração mais clara e densidade baixa. As rochas máficas possuem menor teor de sílica, sendo mais ricas em alumino-silicatos de ferro, magnésio e manganês, sendo por isso mais escuras e densas. Exemplos de rochas ígneas mais conhecidas são os GRANITOS e os BASALTOS.